No coração da Região do Marajó, Oeiras do Pará é palco de uma tradição pesqueira que sustenta não apenas a economia local, mas também preserva o patrimônio cultural dos povos ribeirinhos.

A 4ª Abertura da Pesca do Mapará, celebrada com entusiasmo no último sábado (4), é um evento que simboliza a harmonia entre a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico.

O Mapará, conhecido também como cangatá ou mapará-de-cametá, é um peixe de água doce nativo da Amazônia, predominante no estado do Pará.

Este peixe destaca-se pela carne branca, firme e suculenta, e é especialmente valorizado por ser praticamente isento de espinhas, tornando-o uma iguaria apreciada localmente.

A pesca do Mapará é profundamente enraizada nas tradições da região. Utilizando o método do “borqueio”, os pescadores locais, em um esforço coletivo, formam um círculo com suas embarcações para cercar os cardumes, uma técnica que exemplifica a sinergia e o planejamento comunitário.

Este método não apenas efetiva a captura, mas também fortalece os laços comunitários, passando conhecimentos ancestrais de geração para geração.

A importância econômica deste peixe para as comunidades ribeirinhas é imensa. Em dias produtivos, pode-se capturar até 12 toneladas de Mapará, fornecendo uma fonte vital de renda e alimento para a região.

Este evento é, portanto, uma celebração tanto da abundância quanto da sustentabilidade, marcado pela reabertura da pesca após o período de defeso conhecido como piracema.

Durante esse período, a pesca é proibida para permitir a reprodução dos peixes, garantindo assim a preservação das espécies e a continuidade da prática pesqueira.

A Prefeitura de Oeiras do Pará, através da Secretaria de Agricultura e Pesca, e com o apoio de lideranças locais como a prefeita Gilma Drago Ribeiro, uma ribeirinha e filha de pescadores, administram esse evento com um olhar cuidadoso para o desenvolvimento sustentável.

A prefeita Ribeiro ressalta seu compromisso com os pescadores artesanais, celebrando “um espetáculo da natureza” que reflete o compromisso da gestão com a comunidade pesqueira.

O apoio institucional para a pesca regulamentada e sustentável do Mapará é crucial e foi reiterado pela presença de figuras como Orlando Lobato, diretor estadual da Pesca, e Juliermeson Ribeiro, presidente da Colônia Z-50.

Juntos, eles destacam a importância de manter práticas de pesca que assegurem a viabilidade a longo prazo do Mapará para as futuras gerações.

O evento não apenas realça a importância econômica e cultural da pesca do Mapará em Oeiras do Pará, mas também sublinha a responsabilidade coletiva de proteger e sustentar os recursos naturais da região, garantindo que a tradição pesqueira continue a prosperar em harmonia com a conservação ambiental.

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Pescador amador e entusiasta, nutre uma paixão profunda pelo Rio Araguaia, onde mantém uma residência na encantadora região de Itacaiú Britânia, em Goiás, Brasil.